“Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.”
“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994
Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de:
(A) exclusão social.
(B) imposição religiosa.
(C) acomodação política.
(D) supressão simbólica.
(E) ressignificação cultural.
Resposta correta (E). O Congado, ou Festa da Coroação do Rei do Congo, é um movimento de sincretismo religioso realizado no Brasil desde os tempos coloniais. A festa é uma mistura de cultos católicos e africanos, na qual se comemora, ao mesmo tempo, a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário e a vida do negro Chico-Rei. Portanto, trata-se de um processo de ressignificação cultural de festas africanas, uma importante
manifestação cultural brasileira.