No primeiro quadrinho, um personagem segura entre os braços vários prédios e diz a um nordestino: “Cai fora da minha city!” E o nordestino responde em linguagem regional: “Apois tá certo, só vou levar o que é de meu…” No segundo quadrinho, os prédios murcham diante do olhar espantado do personagem, e o
nordestino, retirando-se, completa sua frase: “…a sustança!” A questão coloca que o problema enfrentado pelo migrante e o sentido da expressão “sustança” expressos nos quadrinhos, podem ser, respectivamente, relacionados a “discriminação” de que o nordestino é vítima nos grandes centros urbanos e a
exploração da sua “força de trabalho”. A discriminação vem representada pela expressão “cai fora da minha city” e pelo gestual da personagem (o abraço dado à cidade); a força de trabalho, por sua vez, vem indicada pela palavra “sustança”, que, no contexto, deve ser entendida como vigor, energia, valor pelo qual o migrante é reconhecido: a força de trabalho utilizada na construção de edifícios, por exemplo, que desaparece quando ele se retira.